A Cooperativa dos Médicos
Anestesiologistas do Rio Grande do Norte (Coopanest) anunciou, na manhã desta
sexta-feira (5), que pretende encerrar o contrato com a operadora Unimed em
razão da não aplicação do reajuste do IPCA. Com isso, os usuários que
precisarem dos serviços de anestesia a partir da próxima terça-feira (9), terão
que negociar diretamente com um anestesiologista. A descontinuidade do
contrato, segundo a Coopanest, não irá acarretar na suspensão do serviço, mas
deverá provocar lentidão até que o usuário consiga um anestesista. Em nota, a
Unimed criticou a medida.
De acordo com o diretor presidente
da Coopanest, Vinícius Luz, o usuário pedir o reembolso à Unimed. "A
Cooperativa atua como um facilitador, mas a partir de terça, haverá uma relação
individual entre o médico anestesista e o paciente. Isso preocupa a gente,
porque não se sabe como esses valores serão cobrados nem como ocorrerá o
ressarcimento do serviço", explicou Luz.
"Nossa ideia foi flexibilizar
as negociações, abrindo mão do reajuste do IPCA até dezembro deste ano e
colocamos os valores fracionados somente para 2023. Estamos abertos às
negociações, mesmo depois do dia 8, que é quando se encerra o contrato",
pontuou Vinícius Luz, em seguida.
Em nota, a Unimed disse que foi
notificada da "resilição contratual" da Coopanest no dia 24 de junho,
e que trata-se de "uma notificação extremamente inesperada, especialmente
porque a opeeadora vinha mantendo aberto o canal de comunicação, de forma
amigável, dentro do processo de negociação contratual iniciado em fevereiro de
2022".
A Unimed diz que "o reajuste
pleiteado, no entanto, está acima da capacidade de absorção e o seu impacto
afetaria a qualidade dos serviços prestados aos mais de 204 mil clientes além
de repercutir na sustentabilidade do sistema de saúde na região", Para a
Unimed, o aumento no valor afetaria diretamente "os mais de 1.600 médicos
cooperados, os mais de 1.500 colaboradores e os mais de 400 prestadores de
serviços de saúde".
A operadora diz que "sempre se
posicionou pela boa negociação em busca de um reajuste capaz de manter a
continuidade do contrato e a efetiva prestação dos serviços". "A
Coopanest é a única fornecedora de serviços médicos de anestesiologistas na
região, o que estabelece uma relação de dependência do sistema de saúde",
disse a nota da Unimed.
Ainda na nota, a Unimed afirmou
que, "diante da frustração das negociações, da posição da Coopanest de não
transigir para um entendimento comercial capaz de manter ativa a relação
comercial, o Conselho de Administração da Unimed Natal e a sua diretoria
executiva, em consonância com seus médicos cooperados cirurgiões e,
considerando o fim do prazo para extinção do contrato, adotou todas as medidas
cabíveis para garantir a continuidade da assistência à saúde dos 204 mil
clientes".