Um
funcionário do WhatsApp disse que a empresa israelense de spyware Paragon
Solutions buscou vigiar usuários do aplicativo, incluindo jornalistas e membros
da sociedade civil.
O funcionário disse nesta sexta-feira (31)
que o WhatsApp detectou um esforço do programa espião para hackear
aproximadamente 90 usuários.
Segundo ele, essas pessoas receberam
documentos eletrônicos maliciosos que não exigiam nenhuma interação para
comprometer seus alvos, uma invasão chamada “zero-click”.
Ainda de acordo com a fonte, a Meta, dona
do aplicativo, barrou a invasão e mandou uma carta para a Paragon parar com a
ação.
O funcionário se recusou a discutir como
foi determinado que a Paragon era responsável pelo ataque. Ele disse que as
autoridades policiais e os parceiros do setor foram informados, mas não quis
dar detalhes.
O funcionário se recusou a dizer quem,
especificamente, era alvo da espionagem. Mas afirmou que os alvos estavam
localizados em mais de duas dúzias de países, incluindo várias pessoas na
Europa.
O funcionário disse que o WhatsApp está
encaminhando os alvos para o grupo canadense de vigilância da internet Citizen
Lab.
O pesquisador John Scott-Railton, do
Citizen Lab, disse que a descoberta do spyware da Paragon direcionado aos
usuários do WhatsApp “é um lembrete de que o spyware mercenário continua a
proliferar e, à medida que isso acontece, continuamos a ver padrões familiares
de uso problemático”.
Os criadores de spyware, como a Paragon,
vendem software de vigilância de alta qualidade para clientes do governo e
normalmente apresentam seus serviços como essenciais para combater o crime e
proteger a segurança nacional.
No entanto, essas ferramentas de espionagem
foram descobertas várias vezes nos telefones de jornalistas, ativistas,
políticos da oposição e pelo menos 50 autoridades dos EUA, o que levanta
preocupações sobre a proliferação descontrolada da tecnologia.
O que é a Paragon
A Paragon teria sido comprada pelo grupo de
investimento AE Industrial Partners, com sede na Flórida, nos Estados Unidos,
no mês passado. Ele tentou se posicionar como uma das mais responsáveis no
setor.
O site da Paragon oferece “ferramentas,
times e dicas baseadas em ética” contra ameaças difíceis de controlar. Também
são citadas reportagens onde pessoas familiarizadas com a empresa dizem que a
Pagaron só vende seus produtos para governos de países onde a democracia é
estável.
G1